quarta-feira, 3 de março de 2010

O Crack do combate à violência no governo Wagner


O dirigente nacional do PSOL na Bahia, Hamilton Assis, disse nesta semana que “Diante do grande aumento da violência na Bahia, o governo Wagner resolveu dar uma resposta. Mas, ao invés de tentar resolver o problema, resolveu fazer uma grande campanha de propaganda política para esconder o problema. É a campanha “Crack – 80% dos homicídios: principal causa da violência na Bahia”. Usando as mais diversas mídias e gastando milhões do dinheiro público tenta enganar o povo”.
Segundo Hamilton, “Com isto, governador do PT tenta tirar suas responsabilidades. A culpa passa a ser da droga. Para o governo, a violência não está relacionada às questões sociais nem ao racismo. Se esquece que provavelmente 80% ou mais dos homicídios envolvem pobres e negros”.
Ele acrescenta ainda que “Não há dados seguros que permitam dizer que o crack é responsável por 80% dos homicídios. Dizer isto é uma grande irresponsabilidade, principalmente partindo do governo estadual. Uma grande parte dos homicídios fica sem inquéritos concluídos. Não se conhecem causas nem responsáveis”.
Esta opinião é compartilhada também pelo dirigente estadual do PSOL, Hilton Coelho que afirmou que “A violência aumenta dia a dia. Antes concentrada em Salvador e Região Metropolitana de Salvador (RMS), agora se espalha por toda a Bahia e envolve a própria polícia e grupos de extermínio. Só agora, em Vitória da Conquista foram 14 assassinatos cometidos por policiais. Em Porto Seguro, um secretário municipal aliado do governo estadual e um grupo de policiais estão envolvido no assassinato de dois professores sindicalistas. A secretaria de segurança levou 20 dias para dar andamento ao mandato de prisão emitido pelo juiz”.
Hilton acrescentou ainda que “O caso do servidor público Neilton, assassinado dentro da secretaria de Saúde da Prefeitura de Salvador, quando o PT estava à frente daquela secretaria, num caso cheio de indícios de corrupção, até hoje continua inconcluso”.
Hamilton Assis concluiu dizendo que “É muito fácil botar a culpa nos usuários de drogas. Mas é espantoso também como a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos silencia diante deste absurdo. Omissa, como sempre. Não se conhece nenhuma atitude diante da violência policial indiscriminada contra a população pobre e Negra da Bahia. E isto partindo de um secretário que já foi presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa da Bahia durante 7 anos, quando era muito ativo. Agora, compactua passivamente e com tudo isto”.
Mas, para Hilton Coelho, talvez a propaganda governista esteja certa. “Afinal, a palavra Crack, originada do inglês, pode ser a droga, mas significa também quebrar, como no Crack da Bolsa de Valores. Assim o governador Wagner-PT pode estar apenas reconhecendo que esta quantidade de homicídios é uma demonstração do crack da política de combate à violência e defesa dos Direitos Humanos na Bahia.

Um comentário:

Patricia Rosas disse...

Até que enfim alguém resolver escrever um texto sério e lúcido sobre a violência na Bahia e a mentira em forma de propaganda que esse governo tem feito para desviar a atenção da população. Em vez de treinar os policiais, dar ordens mais precisas e organizar ações de campo para prender os bandidos e desbaratar as quadrilhas, o governo usa a crack como Bode Expiatório e acha que está tudo certo. E enquanto isso a população fica aqui, desamparada e a ver navios. Isso mostra como funciona a lógica de Wagner e de seus seguidores: prometem tudo na hora da campanha, não fazem nada do que prometeram, e depois gastam milhões em propaganda para compensar o que eles não foram capazes de realizar.