segunda-feira, 23 de março de 2009

Prefeitura de Salvador leva adiante política de Faxina Étnica

A nova gestão de João Henrique mal começou e já mostrou a sua nova face. Se no governo anterior ainda havia o discurso da “Participação Popular”, a nova Prefeitura, recheada do discurso - e prática – de extrema direita do Ministro Geddel e do DEM (darinhas do mesmo saco), tendo como slogan “Salvador de um novo tempo”. A mudança no perfil e discurso da Gestão Municipal fica patente já em sua logomarca. Os bonecos de seres humanos, negros e mulheres em posição de luta são substituídos por prédios de várias cores, os novos “sujeitos” da Prefeitura. Salvador deixa de ser Popular e passa a ser “de um novo tempo”... para o Mercado Imobiliário da elite.
É dentro deste contexto que deve ser interpretada a mais nova investida do fascismo disfarçado que toma conta do governo Municipal. Ontem era o Canal de Mussurunga, com expulsão violenta de várias famílias para criar mais sistema viário para a Paralela (http://www.assim2. blogspot. com/ e http://www.youtube. com/watch? v=GLfIjoFf0D0). Dinheiro público mais uma vez conformando e valorizando o mercado Imobiliário. Hoje o alvo é a Vila Coração. Comunidade com mais de 60 (SESSENTA!!! !!) anos de existência, formada por pescadores, camelôs, autônomos e outros trabalhadores pauperizados e, em sua maioria, negros. Mas essa comunidade negra cometeu o pecado de estar localizada justamente no centro da elite branca e racista de Salvador e não no subúrbio, distante dos olhos e das políticas públicas municipais. Logo, deve ser punida com a pena capital: a extinção. Não é à toa que são estas as palavras usadas pelo Jornal Correio da Bahia, máximo representante desta mesma elite, com ares de felicidade em suas linhas. Entretanto, a comunidade sempre resistiu. Resistiu às diversas investidas do Yatch Club, à especulação imobiliária interna, por gringos que realizam expulsão indireta de antigos moradores, resiste à ação de empreendimento imobiliário, que em 2007 destruíram o patrimônio histórico da Mansão Wildeberg e tentaram ludibriar a comunidade, oferecendo falsas vantagens.
Agora, espera-se que a comunidade resista mais uma vez à ação do truculenta do Ministro Geddel, por meio de sua marionete, o prefeito da capital.Além disto, o que não vai faltar, espera-se, é apoio de entidades contra essa ação tresloucada do Governo Municipal. Movimentos Sociais, Movimento Negro, entidades de assessoria, Universidade, Ministério Público, Defensoria Pública, artistas e outras personalidades, que sempre apoiaram a Vila Brandão, precisam agora somar força à mobilização da comunidade na luta contra sua extinção.


Do site: http://cjpsalvador. blogspot. com/

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