segunda-feira, 23 de março de 2009

Seminário discute poder feminino e intolerância religiosa

No dia 25 de março, a partir das 9hs, será realizado no CDCN o seminário “Iyabás, Iyás, Doné, Mametu Nkisi, Iyalaxés, Iyakererês, Ekedjis, Makotas, O Poder Feminino” com o objetivo de homenagear a herança das religiões de matrizes africanas e ao mesmo tempo discutir a situação da mulher negra na sociedade. Segue abaixo carta de convocação com mais detalhes.

O momento para realizar este seminário não poderia ser mais oportuno para falarmos e homenagear esses alicerces, as nossas matriarcas da religião de matrizes africanas. Negras Mulheres e Mães. As quais a história não contam a verdadeira história esquecem que os fundamentos das religiões de matrizes africanas organizadas no Brasil, sob suas diversas denominações, ergueram a construção da cultura brasileira, produzindo um rico conjunto de matrizes simbólicas as quais foram determinantes para servir de apoio aos costumes, práticas, valores, que seriam difundidos a partir dos filhos libertos do escravismo cujas marcas identitárias foram passadas por seus ancestrais africanos.“O sagrado é a categoria pela qual a cultura denota sua peculiar interpretação do homen e do mundo”.

A pobreza esta diretamente relacionada à falta de oportunidades econômicas e de autonomia; à falta de acesso aos recursos econômicos, incluindo crédito, propriedade da terra e herança; à falta de acesso à educação, aos serviços de apoio e à mínima participação no processo de tomada de decisões. Esse processo histórico de exclusão social tem cor e sexo e engendra no seio da sociedade brasileira resistências teóricas, ideológicas e políticas, provocando a redefinição de estratégias para o combate à desigualdade como prioridade das políticas públicas.As mulheres negras tem sido ao longo de sua história, as maiores vitimas das profundas desigualdades raciais e sociais em nossa sociedade. O resultado é um sentimento de inferioridade, de incapacidade intelectual e quase servidão vivenciada por elas. Estas em sua maioria, não usufruem os bens e serviços existentes e, ainda, estão expostas a todos os tipos de violência, resultando desta situação o seu aniquilamento físico, político e social.O presente seminário pretende refletir sobre a postura reativa assumida pelas sacerdotisas com o acirramento dos conflitos deflagrados pelas religiões pentecostais contra a religiosidade de matriz africana em nosso país como o acontecimento no terreiro Oyá Onipó Neto. Os quais colocam em risco as fundações desta religiosidade, enquanto sustentação simbólica que constitui a identidade do povo negro bem como a formação da cultura brasileira. Os fatos ocorridos na tecitura das teias sociais revelam, desacordos, desrespeitos, imposições, no sentido de retirar de cena o estatuto da diferença, da diversidade, como prerrogativa central para a construção coletiva que ousamos tentar. As senhoras do segredo confidencia que posturas reativas devem ser tomadas frente a posicionamentos que interferem na concepção do mundo considerando- se o estatuto da diferença e o da liberdade de posicionamento quer político, social, cultural, religioso. Nestesentido levantam-se a proteger os fundamentos mais preciosos da religiosidade os nossos orixás, inquices, caboclos, voduns, divindades do panteão africano, hoje, que englobam o universo dos afros-descendentes no Brasil. Os quais recebem a denominação de cidadões e cidadãs brasileiras( os).
Em tempo no referido seminário será oficializada a “Confraria de Oyá” que reunirá mulheres iniciadas, adeptas, e simpatizantes de religiões de matrizes africanas.
Contato:
Rosy Mary(71)3237-2859/ 8825-3142

Nenhum comentário: