quarta-feira, 3 de junho de 2009

Caos nas telecomunicações: Oi deixa dez mil telefones sem falar

Passado uma década da privatização do Sistema Telebrás com um discurso fácil os privatistas que apregoavam o aumento de telefones em poder dos usuários, coisa que o estado bem administrado e com boa vontade política também faria com tranqüilidade como é feito na Espanha, Portugal, Alemanha, Uruguai, etc. O discurso dos privatistas escondeu o pior que foi a degradação do sistema telefônico no país. Veio no bojo a demissão em massa, o aprofundamento da terceirização onde trabalhador qualificado é tratado apenas como mais um profissional a ser explorado nas empresas terceirizadas, e a conseqüente precarização dos serviços para o cliente como já falávamos desde aquela época.

Constatamos agora a conseqüência mais grave de todo esse desmando porque o terceiro ator entra em cena, a sociedade é a bola da vez.

Os empresários do setor dão um cheque mate à sociedade que já está sendo penalizada com a interrupção dos serviços telefônicos por conta da degradação total da rede que atende o setor que é a mesma rede física que a Telebahia havia construído há décadas atrás.

As operadoras brigam entre si, (Oi e GVT na Bahia) para chegar com seu serviço na casa do cliente mas não investem em infra- estrutura em busca de qualidade porque em empresa privada o lucro é o que interessa.

O colapso na telefonia fixa chega a nosso estado num momento que a Oi, maior operadora do país, seleciona uma nova empresa terceirizada para efetuar seu serviço operacional.
Já na Audiência Pública que Anatel promoveu aqui em Salvador nos dias 7 e 8 de maio, onde tratou da Revisão Qüinqüenal dos Contratos de Concessão da Telefonai Fixa, Novo Plano Geral de Metas de Qualidade PGMQ e Novo Plano Geral de Metas para a Universalização PGMU, as operadoras presentes no evento, Oi, Intelig, GVT, EMBRATEL, etc., foram alvo de denúncias pela má prestação dos serviços.
O Sinttel e a Fittel presentes ao evento alertaram a Anatel para a possibilidade de um colapso nas telecomunicações brasileiras se não houver urgentemente uma melhoria na rede que trafega as informações. Parece que estávamos adivinhando que o pior não demoraria a acontecer.

Vejam a seguir o que a Oi está fazendo aqui na Bahia e possivelmente no Brasil para não perder seu polpudo lucro.

O modelo atual de contrato das empresas terceirizadas é por valor de instalação, ou seja, quanto mais se instala mais os empresários das terceirizadas enchem seus bolsos.

Enquanto o valor pago para a manutenção da rede construída ainda na época da Telebahia é pré-fixado de acordo com a quantidade de terminais da área de atuação de cada terceirizada.
Hoje na Bahia a planta da Oi tem cerca de 2 milhões de terminais, fomos informados que a operadora paga para a terceirizada um valor de R$2,50 por terminal par a manutenção do serviço, (reparo) enquanto par instalar um telefone este valor gira em torno de R$45,00 a R$60,00, ou seja, se a terceirizada não efetuar melhoria alguma na rede ainda assim será remunerada ao final de cada ciclo de pagamento, o que leva as empresas terceirizadas a empregarem seus esforços nas instalações, pois “quanto mais instala mais fatura” assim é a lógica das empresas privadas.
O Sinttel tem recebido denuncias de que entre os meses de Abril e Maio a situação piorou, pois técnicos das terceirizadas receberam a ordem para suspender os reparos nos telefones que porventura apresentarem defeito e se dediquem exclusivamente às instalações.

Estima-se que já são mais de 10.000 clientes sem terem seus telefones consertados mesmo reclamando via 103, tornando um caos total para o cliente. O pior é que empresas concorrentes da Oi em Salvador, como GVT e Embratel, adotam o mesmo modelo de contrato e são parceiras das mesmas empresas terceirizadas. Tudo é farinha do mesmo saco. Os clientes agora ficam como “Ping Pong” pulando de um lado para o outro, a mercê desse modelo cruel que é a terceirização.

O Sinttel está juntando provas para procurar os órgãos competentes para as providências cabíveis.

Parece piada mas por incrível que pareça nesse último mês de maio a operadora Oi promoveu um evento, o qual é chamado de “dia JOIA”, considerado como o dia dedicado aos clientes. Nesse dia foram convidados alguns clientes cobaias que relataram uma situação de dificuldade com seu telefone e em seguida contam que foram salvos com a boa vontade de algum funcionário, em seguida o palestrante fala sobre qualidade, motivação etc. essas coisas que levantam o moral dos funcionários. Até aí tudo bem, o engraçado é que os empregados da Oi ao votarem da palestra para sua rotina de trabalho, lidam com orientações do tipo que “o que interessa é instalar telefone”, o reparo (conserto do telefone) deixa pra depois.

Ora, será que eles não zelam pelos seus próprios discursos? Como diz Roberto Carlos em sua canção: “Não adianta rezar e fazer tudo errado”.

A saída é a volta da primeirização dos serviços já porque a sociedade não pode pagar a conta da usura dos empresários de telecomunicações.

2 comentários:

Anônimo disse...

Fiquei sem telefone (voz/dados) por dois dias, e continuo sem velox ha 7 dias, chamados e mais chamados técnicos abertos, prazos de 24h expirados e reexpirados e nada consigo com a OI. Quanto a ANATEL temos que aguardar pelo menos 05 dias úteis!!!!!

celularespiaobrasil disse...

O Celular Espião é um telefone celular comum, especialmente modificado para poder ser monitorado à distância, permitindo assim escutar as conversas telefônicas e ambientais de quem o utiliza.
www.celularespiaobrasil.com