terça-feira, 26 de maio de 2009

Negociações salariais no Brasil ficam abaixo de um mínimo e meio

Sylvia Verônica, do A TARDE
23/05/2009 às 00:13


A maioria dos trabalhadores brasileiros não ganha sequer um salário mínimo e meio. Em 2008, cerca de 56% dos pisos salariais no país não ultrapassaram o valor de 1,25 salário mínimo, 77% não superaram o valor de 1,5 desse salário e pouco mais de 2% conquistaram pisos salariais superiores a 2,5 mínimos.

O Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) obteve esses números com a análise de 628 pisos salariais de trabalhadores da indústria, comércio, serviços e do meio rural, durante o ano de 2008.

O levantamento é feito por região do país e não por Estado. Economista do Dieese na Bahia, Ana Georgina Dias explica que os resultados por região são muito próximos da realidade dos estados.“Percebemos, ao longo dos anos, a valorização do salário mínimo sobre as negociações dos pisos salariais. O mínimo tem tido ganhos reais acima da inflação. O ganho real foi de 5,8%, enquanto outras categorias tiveram ganhos menores, de até 2%. Os pisos têm ficado próximos do valor do mínimo e isso é bom, por um lado, em termos do valor, mas os pisos acabam não decolando, não se desenvolvem”, avaliou Ana Georgina.

Em 2005, primeiro ano da pesquisa do Dieese, 26,3% dos pisos não passavam de 1,25 salário mínimo. Hoje, esse percentual mais que dobrou, chegando aos 56%.

O ideal é que esses pisos se afastassem do mínimo para cima, mas o aumento no percentual nos últimos anos significa os ganhos de muitas categorias, sobretudo as dos trabalhadores do comércio, limpeza e conservação e refeições coletivas. Os setores da indústria têm salários médios maiores. Sobe a evolução dos pisos até dois salários mínimos, em 2005, eram 80,6%; hoje, representam 94,9% do total de pisos avaliados.

Na edição impressa de A TARDE deste sábado, 23, leia outras reportagens sobre as perdas salariais dos brasileiros.

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