sexta-feira, 4 de julho de 2008

Preço da cesta básica volta a subir e salário mínimo necessário deveria ser 4,99 vezes superior

De acordo com pesquisa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o preço da cesta básica voltou a subir em 14 de 16 capitais pesquisadas em junho.
“No primeiro semestre, todas as cidades registraram inflação de mais de 10% no preço da cesta. A variação também supera os 30% na maioria das capitais pesquisadas no acumulado dos 12 meses encerrados em junho”.
Na maioria das capitais, os aumentos mais importantes, foram os seguintes:
Do arroz, feijão, carne, pão e leite (produtos essenciais na mesa do trabalhador);
Apenas duas cidades apontaram recuo de preço da cesta básica em junho: Vitória (-1,13%) e Fortaleza (-0,35%). Nas demais capitais, os aumentos giraram entre 1,70%, em Belém, e 10,64% em Goiânia.
A cesta mais cara é a de Porto Alegre (R$ 246,72), onde a inflação foi de 4,29% em junho. A cesta paulistana (R$ 245,24) segue de perto essa liderança e subiu 4,84% no período.
O maior aumento foi em Recife, onde a cesta ficou 29,24% mais cara nos primeiros seis meses deste ano e custa agora R$ 200,85.
No acumulado de 12 meses é a cidade de Natal que lidera a inflação da cesta, com aumento de 51,85% no período.
A única capital que apresentou alta acumulada inferior a 30% nesse período foi Porto Alegre, que registrou aumento de 27,24%, mas já possui uma das cestas mais caras do país há bastante tempo.
Aumentou, também, o tempo de trabalho necessário para a compra dos produtos alimentícios essenciais: em junho, na média das 16 capitais, o trabalhador que ganhava salário mínimo precisou cumprir uma jornada de 115 horas e 25 minutos para adquirir os produtos que compõem a cesta básica. Em maio, o tempo médio necessário era de 111 horas e 08 minutos.
Também aumentou significativamente o valor do salário médio considerado ideal para suprir as despesas do trabalhador com alimentação, moradia, saúde e educação, além de vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência. O ganho médio necessário, que em maio era de 1.918,12, ou 4,62 vezes o mínimo oficial de R$ 415, passou a ser de R$ 2.072,70, o que equivale a um valor 4,99 vezes superior ao salário mínimo.

Fonte: Valor Online, 01/07/08.

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