O Grupo A Tarde tomou a importante iniciativa de realizar reuniões entre seus jornalistas da Editoria de Política e pessoas consideradas estudiosas e/ou experientes em temas relacionados à política. O objetivo é instrumentalizar melhor seus profissionais para a cobertura das eleições de 2008. A convite, participei de uma destas proveitosas discussões juntamente com o professor Albino Rubim, o publicitário Eduardo Safira e cerca de trinta profissionais de A Tarde. O tema era o marketing político, mas a conversa, de cerca de duas horas e meia, acabou versando sobre outras questões, como a cobertura jornalística das eleições. Fomos, então, chamados a fazer uma avaliação crítica de como a imprensa estava tratando a questão.
Coloquei minha opinião de leitor que sente falta de uma abordagem crítica dos problemas da cidade: que mostre soluções de longo prazo seja para a já tradicional “capital do desemprego”, da desordenada ocupação urbana e tantos outros problemas resultantes da profunda desigualdade social, seja para o mais recente aumento da violência e dos engarrafamentos do trânsito.
E, enquanto isto, sobram no noticiário as intrigas e manobras de bastidores entre candidatos e outros factóides da “pequena política”. Independentemente de uma visão crítica das coberturas da mídia comercial em geral, é preciso reconhecer, entretanto, que, neste caso, se a imprensa baiana tem ocupado boa parte do seu espaço nestes assuntos, é porque os principais candidatos e partidos só têm produzido isto mesmo. A ausência de propostas programáticas consistentes por parte destes grupos políticos é quase completa.
Um tema que os candidatos deveriam estar colocando prioritariamente em debate deveria ser o do planejamento, visando a superação de uma eterna “operação tapa-buracos”, em todas as áreas da administração.
Se bem que, independentemente das promessas para o futuro, a desconfiança pode continuar, porque todos os maiores partidos e coligações já governaram a cidade. Imbassahy e ACM Neto governaram, juntos, por oito anos seguidos. PMDB, PT, PSB e PCdoB, também já somam 8 anos, encabeçados por Lídice da Mata e João Henrique. Sem falar o tempo que parte destas forças esteve nas administrações do PMDB de 85 a 92. E o caos urbano continua aí, herdado e perpetuado pelos herdeiros.
Pode-se argumentar que o PT nunca esteve encabeçando a prefeitura, e é verdade. Mas a experiência em curso no governo estadual não autoriza muitas esperanças. Na hora de negociar o apoio do PP e PR ao governador e um de seus candidatos, o único cargo que esteve completamente disponível foi exatamente a Secretaria de Planejamento, oferecida ao PP, partido herdeiro do PDS. E tamanha é a importância real da mesma que este partido simplesmente preferiu ficar fora do primeiro escalão do governo do que pegar esta “sobra”.
Coloquei minha opinião de leitor que sente falta de uma abordagem crítica dos problemas da cidade: que mostre soluções de longo prazo seja para a já tradicional “capital do desemprego”, da desordenada ocupação urbana e tantos outros problemas resultantes da profunda desigualdade social, seja para o mais recente aumento da violência e dos engarrafamentos do trânsito.
E, enquanto isto, sobram no noticiário as intrigas e manobras de bastidores entre candidatos e outros factóides da “pequena política”. Independentemente de uma visão crítica das coberturas da mídia comercial em geral, é preciso reconhecer, entretanto, que, neste caso, se a imprensa baiana tem ocupado boa parte do seu espaço nestes assuntos, é porque os principais candidatos e partidos só têm produzido isto mesmo. A ausência de propostas programáticas consistentes por parte destes grupos políticos é quase completa.
Um tema que os candidatos deveriam estar colocando prioritariamente em debate deveria ser o do planejamento, visando a superação de uma eterna “operação tapa-buracos”, em todas as áreas da administração.
Se bem que, independentemente das promessas para o futuro, a desconfiança pode continuar, porque todos os maiores partidos e coligações já governaram a cidade. Imbassahy e ACM Neto governaram, juntos, por oito anos seguidos. PMDB, PT, PSB e PCdoB, também já somam 8 anos, encabeçados por Lídice da Mata e João Henrique. Sem falar o tempo que parte destas forças esteve nas administrações do PMDB de 85 a 92. E o caos urbano continua aí, herdado e perpetuado pelos herdeiros.
Pode-se argumentar que o PT nunca esteve encabeçando a prefeitura, e é verdade. Mas a experiência em curso no governo estadual não autoriza muitas esperanças. Na hora de negociar o apoio do PP e PR ao governador e um de seus candidatos, o único cargo que esteve completamente disponível foi exatamente a Secretaria de Planejamento, oferecida ao PP, partido herdeiro do PDS. E tamanha é a importância real da mesma que este partido simplesmente preferiu ficar fora do primeiro escalão do governo do que pegar esta “sobra”.
Jorge Almeida é professor do Departamento de Ciência Política da UFBA e doutor em Comunicação e Cultura Contemporâneas.
Artigo publicado no jornal A Tarde em 30 de junho de 2008
Artigo publicado no jornal A Tarde em 30 de junho de 2008
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