segunda-feira, 30 de março de 2009

Filha de FHC (PSDB) e a mulher do governador Marcelo Deda (PT-SE) ocupam cargos fantasmas no Senado

Por Rosa Costa

Luciana Cardoso, filha do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ocupa um cargo de confiança no Senado desde abril de 2003. Ela foi nomeada secretaria parlamentar, com salário de R$ 7,6 mil, pelo senador e atual primeiro-secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI). Luciana foi secretária particular de seu pai nos dois mandatos, de 1995 a 2003. Seu contrato com o Senado só se tornou público agora, já que ela não frequenta o gabinete de Heráclito. Ela não foi localizada pelo Estado. Em entrevista à Folha de S.Paulo, Luciana afirmou que prefere trabalhar em casa, cuidando das "coisas pessoais do senador" porque o gabinete de Heráclito "é um trem mínimo e a bagunça, eterna". Ontem, o senador se recusou a comentar o assunto. A divulgação do fato ocorre no momento em que o primeiro-secretário se diz empenhado em moralizar a distribuição dos cargos de confiança do Senado. O próprio FHC nesta semana fez críticas ao Congresso. "O nosso sistema de representação está bambo. Ele não representa mais nada. Isso é visível, provocando um efeito de desmoralização extraordinário", disse. Chama a atenção dois outros casos de comissionados do Senado, igualmente relacionados com autoridades, que não dão expediente na Casa. É o caso da neta mais nova do presidente Juscelino Kubitschek, Alejandra Kubitschek Bujones, e da primeira-dama de Sergipe, Eliane Aquino. Alejandra recebe salário de R$ 4,9 mil e está lotada na terceira-secretaria. Ela é cunhada do ex-senador e atual vice-governador do Distrito Federal, Paulo Octávio, que, ao confirmar sua permanência no cargo, destacou sua "enorme competência". Seu contrato começou em 2006, quando Octávio era o terceiro-secretário do Senado. Alejandra disse ao Estado que faz "trabalho de pesquisas", mas jamais foi vista no Senado. Já a mulher do governador de Sergipe, Marcelo Déda (PT), foi contratada em março de 2002 pelo gabinete do senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), com salário de R$ 6,4 mil. Ele informou que enviou ofício pedindo o desligamento da funcionária. Até ontem o boletim do Senado não havia publicado a exoneração.
Fonte: O Estado de São Paulo, 28 de março 2009

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