quarta-feira, 30 de julho de 2008

Tupinambá de Olivença intensifica o processo de retomadas do seu território no Sul da Bahia

A demora para a publicação do relatório de identificação do Território Tupinambá de Olivença, os constantes crimes ambientais cometidos contra o território reivindicadolevaram a comunidade a intensificarem os processos de retomadas. Eles alegam que a falta de agilidade da Funai no processo de delimitação de seu território tem causado transtornos as famílias que sentem necessidade de trabalhar mas não tem a terra. Segundo a liderança Sinval Tupinambá: “Esta demora na demarcação de nossas terras tem obrigado as nossas comunidades a viverem em condições precárias, com graves problemas de saúde e sem área suficiente para cultivar plantas aptas a propiciar a auto-sustentabilidade de nosso povo“.Além desses problemas, a comunidade Tupinambá tem sido alvo constante de ações possessórias ajuizadas por fazendeiros, o que aumenta o conflito na região, já que muitas liminares são concedidas e cumpridas à força com auxílio da polícia. A reivindicação das lideranças indígenas é a imediata demarcação de suas terras.Segundo as lideranças as retomadas também têm o objetivo de forçar a Funai a agilizar o processo de regularização do território reivindicado.As retomadas voltaram a acontecer no inicio do mês passado quando cerca de 50 famílias lideradas pelo cacique Gildo Amaral retomaram no dia 09 de junho de 2008, a fazenda Sapucaieira, na região do Santana, município de Una.
(...)Segundo Rosivaldo Carvalho liderança da retomada, esta é a única maneira de defendermos o nosso território e também fazer com que a Funai agilize o processo de identificação e regularização do nosso território.Todas as áreas em questão encontram-se com algum tipo de Ação jurídica, (Reintegração de Posse, Interdito Proibitório, etc) ressaltamos a importância do momento, onde o povo Tupinambá dá continuidade ao seu projeto de vida na busca da terra; por outro lado, agentes políticos e econômicos, com respaldo do dito “governo popular”, tentam manipular esse projeto de vida, trazendo conseqüências nocivas ao cotidiano desse povo. É preciso, assim, estarmos atentos, ampliar a consciência crítica, para podermos discernir os passos a seguir.

Equipe Itabuna – Conselho Indigenista Missionário
Itabuna, 21 julho de 2008.

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