domingo, 13 de julho de 2008

CONNEB Bahia quer fazer do Congresso de Negras e Negros do Brasil um caminho de fortalecimento da luta do povo negro

No dia 05/07, houve a plenária estadual da Bahia do Congresso de Negras e Negros do Brasil (CONNEB). Estiveram presentes vinte e nove entidades do movimento negro, entre elas CEN (Coletivo de Entidades Negras), Círculo Palmarino, Atitude Quilombola, UNEGRO, Aspiral do Reggae, MNU, Fórum de Mulheres Negras, Fórum de Juventude Negra, Associação Zumbi dos Palmares, Instituto Búzios etc. Cerca de 11 cidades do interior estiveram representadas, entre elas Cachoeira, Cruz das Almas, Rio de Contas, Alagoinhas, Feira de Santana, Camaçari.

Na parte da manhã, o debate sobre "O projeto para o povo negro e o estatuto da igualdade racial" girou em torno das lacunas e dos limites do estatuto na resolução das desigualdades raciais, ao tempo em que afirmou a necessidade de sua aprovação como uma etapa importante na luta contra o racismo no Brasil. Reiterou-se, portanto, a necessidade de organização e mobilização do povo negro para que, junto com o estatuto, seja aprovado também o fundo para a igualdade racial.

À tarde, fez-se a avaliação do processo de construção do CONNEB; foram apontados os limites e obstáculos enfrentados para a organização do Congresso, mas foi reiterada a importância deste espaço para a luta do povo negro e todas as entidades presentes afirmaram a vontade política de dar continuidade ao maior fórum de discussão e articulação do movimento social negro construído no Brasil nos últimos anos. A assembléia estadual da Bahia aprovou a indicação de realização de uma reunião da Coordenação Política Nacional agora em julho, onde serão decididos data e caráter da próxima assembléia nacional.

O Círculo Palmarino teve boa presença na plenária e compôs as duas mesas, contribuindo com o debate e elegendo delegados para a plenária nacional.

O CONNEB Bahia tem sido um importante espaço de articulação e luta do povo negro baiano, organizando atividades como a mobilização contra o racismo no Shopping Salvador (onde a entidade Disk Racismo desempenhou um papel fundamental); atuando contra a violência policial no estado que atinge os jovens negros com ações que vão desde a produção de documentos de denúncia até a assembléia com a comunidade carcerária no Presídio Salvador (o MNU foi protagonista na construção desta reunião); o CONNEB Bahia atuou ainda contra o racismo institucional da prefeitura de Salvador que, para atender à especulação imobiliária, mandou destruir o Terreiro Oyá Onipó Neto, na Av. Jorge Amado (nesta movimentação, o CEN e a greve de fome de Marcos Resende foram imprescindíveis para o recuo da prefeitura). Além disso, o CONNEB-Bahia tem organizado debates quinzenalmente no Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra, onde foram discutidos temas como "Violência Policial", "Projeto Nacional de Segurança e Cidadania (PRONASCI)", "Mulher e Espaço de Poder no Projeto Político do Povo Negro", "Partido Político e Movimento Negro"...

A plenária estadual do dia 5 foi mais uma demonstração de que, apesar das diferenças, as entidades do movimento negro baiano estão unidas na luta contra o racismo e dispostas a fazer do Congresso de Negras e Negros do Brasil um caminho de fortalecimento da luta do povo negro.

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