sexta-feira, 27 de junho de 2008

Pré-candidato do PSOL defende rediscussão da dívida pública

O pré-candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PSOL, deputado federal Ivan Valente, defende a rediscussão da dívida pública de São Paulo como uma das principais bandeiras de sua campanha. Segundo ele, a cidade gasta por ano R$ 2,2 bilhões (13% do Orçamento municipal) para pagar a dívida. "Se nós vamos querer discutir educação, saúde, transporte e moradia, nós temos que falar de onde vão sair os recursos", disse.
"Os governantes, geralmente, e os entes federados se abastardaram, ou seja, eles não usam o poder de fogo que têm na política. A cidade de São Paulo, se ela mexer na questão da dívida pública, ela chacoalha todo o sistema que o Pedro Malan [ex-ministro da Fazenda] criou para criar a exportação líquida de capital para pagar juros da dívida. A cidade de São Paulo é capaz de causar um tremor nas estruturas. Só que nenhum governante topa fazer isso, ou discutir esta questão com a sociedade. Se não, os bancos aqui da [avenida] Paulista e da [av. Luís Carlos] Berrini vão ficar muito agitados", disse Valente.Fundador do Partido dos Trabalhadores, ele deixou a sigla e se filiou ao PSOL em 2005 logo após a crise do mensalão. Professor, engenheiro, Valente, 61, cumpre o terceiro mandato na Câmara dos Deputados.Segundo o pré-candidato, esta será uma de suas principais bandeiras de campanha, juntamente com uma participação maior da sociedade nas decisões da administração pública. "Nós queremos discutir o planejamento participativo global, fazer um congresso na cidade e retomar a idéia de que a participação popular é vital para os rumos e para as prioridades da cidade", disse.Segundo a última pesquisa Datafolha, Valente tem 1% das intenções de voto. Nas eleições para a Câmara dos Deputados, em 2006, obteve 83.719 votos. Na campanha para a prefeitura terá cerca de um minuto no rádio e na TV para propaganda eleitoral gratuita. Mesmo assim ele afirma que irá para o segundo turno.
"Se tivermos espaço político para fazer o debate político e de propostas, o PSOL e a nossa candidatura têm todas as chances de crescer. Nossa luta é por espaço. Até agora, o que nós temos é captura por tempo de TV dos grandes partidos. Nós não temos a intenção de fazer aliança com qualquer um, partidos sem identidade programática, política e ideológica, apenas pelo fisiologismo. Nós temos o que falar para a sociedade", disse.O PSOL deve fechar aliança com PSTU e PCB, partidos que apoiaram a candidatura da ex-senadora Heloísa Helena ao Palácio do Planalto. Valente afirmou que o partido prepara um plano de governo para a cidade que incluirá propostas para saúde, educação, transporte e ambiente, entre outros temas. Outra discussão de sua campanha será sobre como o cidadão vai se apropriar da cidade."A cidade está privatizada. O estímulo ao consumismo e à apropriação do espaço público por uma minoria é mais que evidente. Está aí o problema do trânsito. Chegou a um colapso. O PSDB, o PT e o DEM algum dia falaram que não iam dar subsídios à indústria automobilística? Ninguém vai falar isso para a indústria automobilística. O PSOL vai. Os automóveis não podem continuar ocupando 70% do espaço da cidade, envenenando a população. Nós criamos uma fábrica de veneno", disse.Valente afirma que não há uma solução para o trânsito de São Paulo, mas aponta investimentos no transporte público de massa com um rumo. "Quem na campanha disser que tem uma proposta que vai solucionar o trânsito de São Paulo é um mentiroso", afirma.

Fonte: UOL Notícias, 06/06/2008 - 16h55

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