sexta-feira, 11 de abril de 2008

O IIº Congresso do MSTB

“Bandeiras ao vento, o povo em movimento
fazendo revolução...”
(Bandeiras ao vento. Hino do MSTB)

Surpreendente. Esta talvez seja a melhor definição para o IIº Congresso do Movimento dos Sem Teto da Bahia (MSTB). Com mais de 200 participantes, entre delegadas(os) e observadoras(es), o evento foi realizado nos dias 29 de fevereiro 01 e 02 de março passados, em uma região emblemática para os 500 anos de opressão e luta do nosso povo: o Subúrbio Ferroviário de Salvador. O lugar parece de fato ter influenciado o clima e as atitudes do Congresso. O grande número de organizações, grupos e instituições que hoje apóiam o MSTB marcaram presença do início ao final do fórum. O eixo dos debates - “O movimento que temos, a comunidade que queremos”- se traduziu na pauta: Organização e organicidade; A comunidade que queremos; e por fim, Plano de Lutas do MSTB entre 2008 e 2011.


Com formas de abordagem bastante envolventes, elaboradas pela Comissão Pedagógica - composta por pessoas da coordenação do Movimento e principalmente dos grupos e organizações apoiadoras como a CJP, SAJU, CAJUP, Comuna, Círculo Palmarino, UNEGRO e Caos – as plenárias e grupos de discussão tornaram as resolução do II Congresso uma grande construção coletiva.


A afirmação da mística do movimento foi algo impactante desde o início, quando plenário e mesa se juntaram num enorme espiral humano, inspirado na idéia de circularidade, tão essencial nas referências de vida indígena e africana. Bandeiras ao vento, arrepiou a plenária diversas vezes, pelo eco que parece trazer dos sonhos e coragem dos oprimidos e em particular da trajetória do Movimento dos Sem Teto desde a sua fundação em julho de 2003.


A afro-descendência falou, pulou e cantou alto no Congresso. Sendo uma deliberação final aprovada por unanimidade, foi apresentada a moção de solidariedade ao Terreiro Oyá Onipó Neto, atingido pela iniciativa de demolição da prefeitura de Salvador. No contexto de luta contra o PDDU, a moção veio no sentido de apoiar as movimentações que visam garantir a permanência daquele Terreiro no seu lugar de origem, em particular a iniciativa do militante do Movimento Negro, Macos Rezendo, em greve desde meados da semana.


Os grupos de capoeira como o Topázio deixaram suas marcas. No microfone e nas palmas, o hip-hop dos Milicianos mandou ver contra a covardia dos dominantes e cantou os nossos sonhos e lutas.


Ao final do IIº Congresso a sensação de vitória foi contagiante. O MSTB está coeso, agora é dar as mãos a toda e todo aliada e aliado e partir para a trincheira da luta negra, indígena, feminina e popular!

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