quarta-feira, 19 de março de 2008

MP denuncia Kátia Carmelo por discriminação

Carmelo autorizou a destruição do templo Oyá Onipó Neto, no Imbuí

Guilherme Lopes, do A Tarde On Line

A ex-superintendente de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município (Sucom), Kátia Carmelo, foi denunciada, pelo Ministério Público, na terça-feira, 18, pela prática de discriminação e preconceito religioso.
A acusação se refere à demolição do terreiro “Oya Onipó Neto”, realizada pela Sucom no último dia 27 de fevereiro. Além de Kátia, foram denunciados outros três membros da superintendência: o engenheiro civil Sylvio Bastos, o técnico em manutenção Antônio Carlos Santos e o supervisor de operações Sérgio Spinelli. As informações são do site do Ministério Público do Estado.
Segundo o promotor de Justiça Almiro Sena, os quatro denunciados "promoveram e executaram a demolição, causando elevadíssimos danos materiais e, principalmente, produzindo graves e irreversíveis ofensas a todas as pessoas que têm sua referência religiosa naquele terreiro de candomblé”.
Para Sena, ainda, a justificativa apresentada pela Sucom para a demolição – de que o local estava registrado como uma oficina mecânica, que funcionava em uma construção ilegal – não procede, uma vez que o terreiro encontra-se “regularmente inscrito na Associação Brasileira de Cultura Afro-Ameríndia (AFA) e [...] formalmente identificado por essa mesma Prefeitura Municipal de Salvador desde o ano de 2007, através do projeto 'Mapeamento dos Terreiros de Candomblé de Salvador'”.
A reportagem do A Tarde On Line tentou contato por telefone celular com a ex-gestora da Sucom, mas quem atendeu não se identificou e disse que o aparelho não mais pertencia a Kátia Carmelo.

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